
A DIVAGAR SE VAI AO LONGE
Cabeça a minha
Por quem me tomas
É o que é
O que não pode mudar
Não por mal
É o que é
Não quero, não gosto
Conheço e desconheço-me
Não és tu
Sou eu e assim
I-.
sim sinto-me diferente
não quero ser coerente
não quero ser nada
apenas um espaço vazio,
que encho cada dia
de tudo o que me falta.
não quero que questionem meus actos
ou mudem os factos,
as minhas fronteiras,
as não ambições
não quero ser analisado
classificado como o desistente;
um desistente é alguém que decidiu,
um desistente é tão nobre como o
cobarde que conseguiu.
I-.
Perdido por ti
Queres que sinta a distância de não ter onde ficar
As minhas dúvidas são desejos
Sou eu sem razão
Fico por quem amo de paixão
Não perco por isso
Estou aqui e quero-te
Longe de mim
I-.
Fica Comigo
Encontros de vidas passadas
no tempo que se esgota
Imagens que ficam sem durar
palavras escritas por dizer.
I-.
teu telefonema meu poema
foste tu que ligaste
e sonhaste por mim
atendi com quase a certeza
e desejo por ti
desliguei feliz
como quem diz o que sonha
e sente por si
passaram-se anos assim
saudades sem fim
quero-te para mim.
I-.
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está ligada.
Mas esta linda e pura semidéia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim com a alma minha se conforma,
Está no pensamento como idéia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples, busca a forma
..
Transforma-se o amador na cousa amada
por Luís Vaz de Camões